EES na prática um mês após a implementação na União Europeia

Desde outubro de 2025, viajar para a Europa ficou diferente. A União Europeia deu início à operação do EES (Entry/Exit System), um novo sistema digital que moderniza o controle de fronteiras da Área Schengen (zona de livre circulação de pessoas que abrange 29 países europeus) e substitui o antigo carimbo no passaporte. A medida, que promete mais segurança e agilidade, passou a registrar eletronicamente a entrada e a saída de viajantes de países fora do bloco, como o Brasil.

O EES é parte de um esforço da Europa para automatizar o fluxo de turistas e reduzir falhas nos registros de imigração. Agora, cada visitante tem suas informações e dados biométricos armazenados em um sistema central, o que permite acompanhar com precisão o tempo de permanência e evitar irregularidades. Após o primeiro mês em funcionamento, os resultados mostram um avanço tecnológico importante, embora ainda acompanhado de ajustes e filas em alguns aeroportos.

Como o EES funciona

A substituição do processo de carimbar o passaporte foi feita por quiosques eletrônicos que coletam dados como impressões digitais e reconhecimento facial, além das datas de chegada e partida. Para o visitante, o procedimento é simples: ao desembarcar, é preciso escanear o passaporte e seguir as instruções dos totens; automaticamente o sistema calcula o limite de permanência permitido: até 90 dias consecutivos. Passado esse prazo, é necessário aguardar mais 90 dias fora dos países pertencentes ao bloco, e só depois recomeçar a contagem.

A iniciativa já está ativa em aeroportos de Portugal, França e Espanha, e deve ser ampliada gradualmente aos demais países da área Área Schengen até 2026. Segundo autoridades locais, o EES vai reduzir erros, aumentar a segurança e preparar o terreno para o ETIAS, a futura autorização eletrônica de viagem obrigatória para cidadãos de países isentos de visto (como o Brasil), previsto para o próximo ano.

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Um mês depois da implementação: balanço e desafios

O primeiro mês de operação do EES trouxe avanços significativos e alguns desafios esperados. A principal dificuldade enfrentada até agora está relacionada ao tempo de atendimento. Em grandes aeroportos, como Lisboa, Madri e Paris, o processo de coleta biométrica ainda gera filas, especialmente em horários de pico ou quando há maior volume de voos intercontinentais.

A fase de adaptação ainda deve se estender pelos próximos meses, com melhorias contínuas na interface dos quiosques, na comunicação com passageiros e no treinamento das equipes de imigração. Em alguns locais, totens multilíngues e painéis explicativos foram instalados para orientar turistas sobre o passo a passo da coleta biométrica. A expectativa é que, com o uso frequente, o processo se torne cada vez mais rápido e intuitivo.

Como o EES impacta viajantes brasileiros

Para os brasileiros, o EES não altera a política de isenção de visto, que continua válida para estadias de até 90 dias em turismo ou negócios, mas muda a dinâmica da imigração, tornando o controle mais rigoroso.

Na prática, isso significa que eventuais excessos de permanência serão automaticamente identificados. O sistema calcula o tempo de estadia e notifica as autoridades caso o visitante ultrapasse o limite permitido, o que pode gerar restrições futuras para entrar no continente. Além disso, quem viaja com frequência deve perceber mudanças no tempo de processamento nas filas, já que a coleta biométrica é obrigatória para todos os novos registros.

Outro ponto importante é que o EES não substitui os vistos de longa duração, como os de estudo, residência ou trabalho. Nesses casos, o sistema atua de forma complementar, garantindo maior segurança e integração de dados entre os países europeus. Em contrapartida, o controle digital tende a simplificar o trânsito de passageiros frequentes, já que as informações ficam armazenadas por três anos, reduzindo a necessidade de repetição do procedimento em cada viagem.

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Prepare-se para viajar à Europa com o EES

Com o novo sistema em vigor, o planejamento se torna parte essencial da viagem. Antes de embarcar, verifique se o aeroporto de destino já opera com o EES e garanta que o passaporte esteja em boas condições e válido por, no mínimo, seis meses.

Também vale preparar o câmbio com antecedência. Ter euros em espécie ou um cartão pré-pago internacional facilita o deslocamento nos aeroportos e reduz a necessidade de trocas de última hora, especialmente em voos com conexões. Além disso, acompanhar o câmbio antes da viagem ajuda a aproveitar boas oportunidades e evitar variações inesperadas de preço.

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